Por Redação
Na tarde da última sexta-feira (26), integrantes do Executivo de Rio Grande participaram da última etapa de discussões sobre a revisão da Instrução Normativa Conjunta MMA/SEAP nº 03/2004, que regulamenta a atividade pesqueira no Estuário da Lagoa dos Patos. O encontro foi realizado no Salão Nobre Deputado Carlos Santos, na sede da Prefeitura, reunindo representantes do setor pesqueiro, órgãos estaduais e federais, e entidades de apoio técnico e científico.
A normativa estabelece regras como o limite de 12 metros para embarcações, proibição de determinados equipamentos, licenciamento obrigatório de pescadores profissionais e monitoramento por meio de planilhas de controle de pesca. A revisão busca atualizar essas normas, conciliando demandas da comunidade pesqueira com sustentabilidade ambiental e segurança jurídica.
Coordenada pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR/RS) por meio da Divisão de Pesca e Aquicultura, a reunião contou com a presença do diretor Marlon Arenhardt, que avaliou positivamente os encaminhamentos. Participaram também o secretário municipal de Pesca e Aquicultura, Luiz Gautério, gestores da Emater, representantes de comunidades de pescadores artesanais de Rio Grande, São José do Norte, Tavares, Pelotas e São Lourenço do Sul, além de representantes do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), que acompanharam de forma online, e da superintendente estadual do MPA, Ana Spinelli.
Durante o encontro, foram debatidos temas sensíveis, como a pesca de camarão e o uso de redes de emalhe, incluindo definições sobre número e tamanho das redes e tamanho mínimo permitido para o camarão. A gerente de Pesca da Secretaria de Pesca e Aquicultura do Rio Grande, Mariana Pires, destacou avanços na busca de consensos, especialmente sobre o uso de redes para espécies como a tainha. Ana Spinelli ressaltou que a reunião marcou uma fase decisiva, voltada à validação das propostas e ao diálogo entre os diferentes atores envolvidos.
As contribuições das 18 consultas comunitárias realizadas nos cinco municípios do estuário servirão de base para a proposta final, que será encaminhada ao Sistema de Gestão Compartilhada da Pesca, formado pelo MPA, Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, ICMBio e outros órgãos.
Segundo Marlon Arenhardt, a reunião concluiu a primeira etapa de nivelamento das demandas e encaminhamento de propostas ajustadas às necessidades locais. “Agora, iniciamos a discussão sobre as contrapartidas ambientais, fundamentais para garantir não apenas a continuidade da atividade pesqueira, mas também a preservação dos recursos para as futuras gerações. A partir dessas definições, passamos a uma fase mais técnica, em articulação com os Ministérios da Pesca e do Meio Ambiente”, afirmou.
Os encaminhamentos serão discutidos com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e demais instituições de pesquisa, que contribuirão com subsídios técnicos para a revisão normativa. A expectativa é que, ainda em 2024, seja consolidada uma proposta capaz de atualizar a IN 03/2004, oferecendo maior segurança jurídica aos pescadores e fortalecendo a fiscalização e a sustentabilidade ambiental no Estuário da Lagoa dos Patos.